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Publicação: 24 de janeiro de 2019

ARTE SOLIDÁRIA: “Todos pela Ana” show beneficente acontece neste sábado, no Sincomercio



Show contará também com uma exibição de obras de arte do artista Jesser Valzacchi

O show musical beneficente “Todos pela Ana” acontece neste sábado, dia 26, às 20 horas, no Sincomercio. Os ingressos são limitados e estão sendo vendidos a R$ 30, na sede do Sincomercio, à avenida Benedito Zancaner, 720, ou através do site https://strangerares.wixsite. e do face “Todos pela Anamaria” O show visa a reverter recursos para Anamaria Brandi Curtú, musicista aposentada desde 2014, que necessita de uma cirurgia de colocação de prótese no quadril.

Cada doação de no mínimo 30 reais dá direito a um ingresso.

Esta iniciativa solidária acabou se mostrando uma grande reveladora do potencial artístico da cidade e da união de músicos, alguns deles que já se conheciam e que passaram a receber também a colaboração de amigos em comum do ramo da música, de outras cidades do Estado de São Paulo. “Para mim este é o verdadeiro significado da arte, quando ela se coloca a serviço do próximo, para melhorar a sociedade em que vivemos, sociedade que começa no indivíduo e em quem está próximo a você. Não adianta brigar pela paz mundial na internet, se quem você conhece há anos está com dor e você não faz nada para mudar isso. E quando a gente mostra que unidos podemos mudar a vida de alguém para melhor, evidenciamos um lado bonito da vida e da arte, em meio a uma rotina em que somos tão bombardeados por notícias ruins”, afirma a assessora de comunicação, que também participará do show como musicista, Adriana Moura.

O show conta com a participação dos músicos: Josi (voz) e Fabiano Coimbra (voz e teclado), Alexandre Khalil (violão, teclado e voz) e André de Oliveira (Guitarra, viola e voz), de São Carlos, Baré Anderson (bandolim e violão e voz), de Rio Preto, Cláudio do Pandeiro e Delei Lima, (percussionistas), de Bebedouro e Adriana Moura (piano e voz), de Curitiba, Lucas e Rafael Minto e Anamaria Brandi (violão e voz), de Monte Azul, e, de Catanduva, Francisco Garisto (violão e voz), Francine Molinari (voz) e Regiane Domingos (voz).

“Nesse show velhos amigos se reencontram para celebrar amizade e vida ao som de pérolas da MPB e da música latina”, informa Fabiano, citando como exemplos canções de autores renomados, como Cartola, Tim Maia e Geraldo Azevedo.

“Todos são amigos de longa data, envolvidos em suas profissões, mas também sempre estivemos ligados pela música. Foi uma surpresa quando eles me contaram a ideia do show para me ajudar porque é um momento em que estou precisando muito e será também uma oportunidade de a gente poder viver momentos agradáveis e propiciar momentos agradáveis a quem for nos assistir”, informa Anamaria, que foi diagnosticada com artrite reumatoide, quando tinha cinco anos.

Jesser Valzacchi: artes visuais também é Todos pela Anamaria

Durante o show, o público também terá o prazer de apreciar telas do artista plástico premiado, Jesser Valzacchi, que também estarão à disposição para compra. “Quero reverter 50% de tudo que for vendido para a campanha de Anamaria”, informa Valzacchi, ressaltando que as obras que estarão expostas são de seu acervo antigo. “Atualmente estou em uma outra fase artística, que é o realismo-contemporâneo”, diz Valzacchi. O artista, que é de Catanduva, já expôs suas obras nos Estados Unidos e na Europa e já recebeu encomendas de trabalhos importantes, como a reprodução de um quadro que está em Milão. “Estou achando incrível como esta iniciativa, cujo objetivo principal foi o caráter beneficente, estar evidenciando a quantidade de talentos que florescem nesta cidade e o potencial que existe aqui. Cheguei a já fui caminhar pelas ruas da cidade e pude ver como o comércio daqui é vibrante e criativo. Estou morando fora há quatro anos e estava meio distante do que acontece aqui em termos culturais e em todos os aspectos. Mas tem muita gente boa, e o catanduvense precisa se dar conta disso. Iniciativas assim são excelentes para fomentar a arte na cidade e revelar novos talentos no futuro”, afirma Adriana Moura.

Não há data prevista para a cirurgia da Ana, mas por causa da agenda dos demais músicos envolvidos no projeto, o show foi marcado para janeiro.

O QUE É A ARTRITE REUMATOIDE

A artrite reumatoide, acomete a pessoa ainda na infância tem consequências muito grandes, porque a estrutura óssea não está pronta. “Tenho lutado com bastante  praticamente todos os dias, de leve a moderada, em várias articulações, principalmente no quadril esquerdo, e esta situação está piorando e meus amigos perceberam que o principal motivo pelo qual eu não pensava em cirurgia era a falta de recurso financeiro. Existe necessidade de colocar uma prótese importada. A campanha visa a arrecadar recursos para a cirurgia, o que envolve também cuidados pós-operatórios, que são um pouco mais complicados por causa da minha condição geral, que já gera muita limitação e pelo fato de eu morar sozinha”, afirma Ana.

A expectativa é que, com a cirurgia, ela possa se se livrar dessa dor constante no quadril esquerdo, se apoiar menos nas muletas e caminhar ao menos dentro de casa sem as muletas, podendo ter maior qualidade de vida e autonomia.

Ana está no momento em processo de consulta com cirurgiões. Os pré-orçamentos fechados até o momento, entre prótese e cuidadores, totalizam um valor acima de 10 mil reais, podendo chegar a 20 mil. Em virtude da agenda de alguns músicos, o show teve que ser feito agora, mas a campanha vai continuar, e pelas páginas do Facebook “Todos pela Anamaria” as pessoas podem acompanhar toda a campanha com valores atualizados.

A RELAÇÃO COM A MÚSICA

A relação de Anamaria com a música sempre foi uma relação muito forte, de muita paixão, insistência e luta. Seu primeiro professor desistiu dela por achar que sua limitação física era incompatível com o aprendizado do violão. Mas ela não desistiu de seu sonho e acabou conhecendo o violonista Tarciso Pirolla, que acabou possibilitando o aprendizado dela, considerando sua condição. “Eu não tinha força na mão, e os dedos eram fracos. Estudava 6 horas por dia. Precisei desse grau de dedicação, por causa das dificuldades articulares. Ainda hoje eu toco violão numa posição torta. Meu professor viu o quanto eu estava disposta a conseguir aquilo, apesar das limitações. Tive aulas com Tarciso e vários outros professores de Catanduva e de fora de Catanduva também. Fiz curso de música em São Paulo, em Curitiba, com professores renomados. Tive vários alunos também e, graças a Deus, de todos esses alunos, nenhum deles deixou de tocar violão porque eu desisti dele. Podia ser um aluno com as maiores dificuldades, mas eu sempre olhava para ele como um aluno possível e isso foi muito gratificante”, conta a musicista.

Em 2014, teve que se aposentar, de modo que já não exerce atividade alguma como professora ou musicista. A música passou a ter uma função para ela apenas recreativa, exercendo uma função de sublimação em sua vida, ajudando-a a lidar com a dor de maneira mais fácil. “Assim como existe um estigma sobre a deficiência, também existe um aspecto curioso, ora positivo ora negativo, sobre a imagem que as pessoas constroem sobre as pessoas com deficiência que tocam e cantam, porque quando você toca e canta todo mundo olha para você como alguém com um dom, uma capacidade superior, e pensam que se você canta e toca é porque está tudo bem, e isso não é verdade. Elas acabam te enxergando como uma pessoa talentosa, agraciada com muitas habilidades, e não enxergam as suas necessidades. No meu caso, toco cada vez menos. Existem músicas que, por causa do agravamento do meu quadro, eu já não consigo mais tocar. Não aguento mais muitas horas tocando. Se fizer isso, posso ter uma crise grave de imobilidade”, compartilha Ana, enfatizando que o melhor do ‘Todos pela Anamaria’ é o ‘todos’. “Foi linda a maneira como os músicos se uniram. Eu estou muito contente por esse show estar sendo realizado em Catanduva, organizado pelos meus amigos, porque grande parte do meu acesso musical se deu nessa cidade. Andei de cadeira de rodas muito tempo quando era criança e era muito bom ficar vendo o conjunto de choro do senhor Luís Canozo, ‘Amantes da Seresta’. Era fantástico eu ver toda aquela ‘conversa’ entre as cordas, e isso fixou em mim um amor muito grande pela música e pela música brasileira, que me motivou a aprender violão. Eu não tinha facilidade com o instrumento e precisei de muito empenho. Comecei a aprender violão e fazer faculdade até tardiamente, porque não tinha condições físicas nem financeiras. Não pensava em me profissionalizar pela música, mas aquele amor todo que nasceu quando eu vi a música ao vivo e muitas dessas vezes com o conjunto do ‘seu’ Luís, me ajudou a me dedicar ao instrumento, e aí fui estudar harmonia, técnica vocal e me profissionalizei pela música”, conta Ana, que finaliza agradecendo esta iniciativa de seus amigos e de tantas pessoas que passaram a ajudar em consequência disso. “Estou com essa indicação da cirurgia há muito tempo para fazer. Estou vivendo em condições muito difíceis no dia a dia, com dor e limitação. Não iria a público pedir dinheiro para isso, mas através da música e de vocês, meus amigos, isso se tornou realidade de um jeito tão bonito e tão festivo. A arte tem esta função de transformar algo ruim em algo belo, suportável, cheio de vida, cheio dos melhores aspectos da humanidade. Está sendo fantástico vivenciar isso deste modo artístico. Eu não teria condições de fazer um show inteiro, mas consigo tocar algumas músicas. E poder fazer isso rodeada de amigos e de tantas pessoas que há tempos não via em Catanduva está sendo muito bom. Parece que eu tenho suportado grande parte do meu dia a dia com a música, mas agora eu vou para uma condição melhor de vida, graças a este movimento musical”.

AUTO CUIDADO

O autocuidado é algo muito importante na rotina de Anamaria Brandi, algo que ela deseja compartilhar com outras pessoas que sofrem de limitações físicas. “Quanto mais eu tenho autocuidado, melhor a minha autoestima. Minha autoestima melhora, melhora a minha motivação para ter o autocuidado. Então minha casa conta com várias adaptações improvisadas. Demoro para fazer as coisas e levo um tempo grande para me recuperar. Quando eu vou cuidar de mim, eu deixo de fazer muitas coisas, porque eu sou muito lenta, preciso descansar, para fazer essas atividades, e depois delas também tenho que descansar. Só que eu mesma que tenho que me levar para a academia, pendurar minha roupa molhada da piscina. Eu tenho que ficar cuidando de mim. E dá impressão de que eu não estou fazendo mais nada muitas vezes e que eu estou perdendo tempo, porque eu não consigo fazer outras coisas. E aí eu olho e vejo que não. Que eu estou cuidando da Anamaria. Este é o meu autocuidado. E às vezes alguma pessoa que me conhece me pergunta o que eu faço, no sentido profissional, e eu falo que eu cuido de uma pessoa com deficiência. Alguns fazem um ar de incredibilidade ou espanto. Poucas vezes a pessoa percebe que estou falando de mim mesma. Eu lamento muito que as pessoas que tem uma doença crônica não percebam a importância do autocuidado”, conta Ana, que nada em piscina aquecida duas vezes por semana  e fria duas vez por semana e faz exercícios específicos também duas vezes por semana. “Faço exercícios de ginástica adaptada na minha casa, uma vez por semana com professor e uma vez por semana sozinha e faço vários outros exercícios sozinha também, dependendo de como estou. Durante as minhas crises de dor, a fisioterapia tem um efeito fundamental, um efeito cirúrgico que me salva em muitas ocasiões. Eu utilizo medicação, mas não espero uma melhora significa advinda da minha medicação. É apenas como algo pontual para que eu possa voltar para a minha atividade física. E essa atividade física também tem que ser dosada. Autocuidado é fazer, mas também é deixar de fazer coisas, se o corpo assim pede. Porque se eu me exponho demais, isso desequilibra tudo. Tem que ter um controle muito intenso”, explica.

Quem é Anamaria

Anamaria, 52 anos, morou em Catanduva de 1974 a 2000 e trabalhou como professora de música e cantora. Desde 2000 mora em Monte Azul Paulista, se efetivou como professora de música e atuou na cidade e região como educadora musical. Em 2003 formou-se em Pedagogia e concluiu Doutorado em Educação pela Unesp em 2011. Influenciou alunos de várias idades como educadora musical. Em paralelo desenvolveu pesquisa acadêmica em música e educação. A pequena cidade de Monte Azul Paulista lhe permite conviver com, ex-alunos, jovens e adultos, e receber deles o carinho de parceiros musicais. O falecimento de sua mãe, Gilda Brandi, em 2010 significou também a perda de ajuda permanente nas atividades de vida diárias.

Aos 23 anos colocou a primeira prótese, e hoje a parte mais afetada é o quadril esquerdo. Pelo uso intenso da muleta, mão e cotovelo estão afetados, dificultando caminhar e ter atividades de vida diária como vestir-se, abrir frasco de remédio, cortar alimentos e teclar.

Local: Sincomércio

Endereço: Avenida Benedito Zancaner, 720

Data: 26 de Janeiro

Horário: 20 horas

Ingresso: R$ 30

Pontos de Venda: Sincomércio (doações também pela internet, através do site:

https://strangerares.wixsite.)
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